terça-feira, 22 de março de 2011

Visita do Obama

Assistimos à visita da família Barack Obama, ou seja, “a primeira família do império norte americano”. Num estilo popularesco o casal empenhou-se em agradar com largos sorrisos e sinais de afeto.

Mas o que existiu atrás do espetáculo, cujo desempenho a presidente Dilma tanto colaborou? Por trás das congratulações e votos de extremada estima reinava uma única coisa: os interesses comerciais das partes. É público e notório, que os empresários norte americanos e suas corporações estão preocupados com a presença dos chineses no mercado hispano-americano e tentam reverter esse quadro de forma a permitir uma maior parcela de lucros para a burguesia ianque e associados.

Aliás, é bom enfatizar, que tudo que é feito dentro do capitalismo traz sempre o propósito de criar condições para melhores negócios das partes envolvidas. Escondem esse propósito através de uma cortina de fumaça levantada pelo processo de espetacularização e atitudes francamente demagógicas para o consumo das massas populares, enquanto nos gabinetes se celebram acordos que envolvem ações de negócios, como já dissemos.

Temos dito, com muita insistência, que a alma do capitalismo é a busca tresloucada pelo lucro. Em nome do lucro ele não se detém, e promove uma sistemática destruição da vida. O mais grave, gravíssimo mesmo, é que não temos uma esquerda socialista que faça a denúncia explícita desse sistema que nos leva à tragédia. Os discursos políticos, sejam de lá ou de cá, feitos pelos partidos e agrupamentos, restringem-se a uma única fala, restringem-se em dizer que estão em curso os interesses da nação.

Sente-se a ausência de uma esquerda que reconheça o mundo dividido em classes e camadas sociais com interesses conflitantes. Nossa esquerda, regra geral, contenta-se em se apresentar como defensora de interesses nacionais, atropelando o fato de que as nações são biombos que escondem as conveniências das corporações e dos grupos capitalistas. A visita de Obama poderia ter deixado isso muito claro, porém, predomina a cegueira política.

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