sexta-feira, 10 de junho de 2011

QUE VEXAME!

O Sr. Acrísio Sena, ilustre presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, notabilizou-se em passado recente como um grande e combativo militante da causa dos trabalhadores.

Foi nessa condição que ele logrou conquistar a presidência da Central Única dos Trabalhadores no Ceará.

Naquele momento, essa central movia suas baterias não contra o capitalismo, pois isso já era querer demais. Movia suas baterias contra o neoliberalismo representado por FHC, enquanto apoiava a política do nacional-desenvolvimento defendida pelo ilustre Celso Furtado. Essa dicotomia: neoliberalismo versus nacional-desenvolvimentismo já era uma distorção, pois a contradição real em nossa sociedade é capital versus trabalho. Mesmo limitado na sua compreensão, não deixava esse ilustre senhor de ser um combatente a serviço de uma causa, mesmo capenga.

Ocorreu o pior, o velho PT, opositor sistemático do neoliberalismo e defensor do nacional-desenvolvimentismo, com a eleição de Lula, mudou de postura e assumiu de corpo e alma a política implantada por FHC: controle da inflação, política de responsabilidade fiscal e câmbio flutuante. Ao lado dessa política econômico-financeira, Lula se encarregou de cooptar as centrais sindicais e estudantis a preço vil, e nessa enxurrada muitos louváveis militantes trocaram de lado e se tornaram quadros a serviço do Estado capitalista.

Por essas razões, assistimos a um espetáculo verdadeiramente vexatório: Acrísio, ex-bravo militante das causas populares, cercado por trabalhadores hostis que vestiam a camisa da CUT. Esse fato indecoroso deixa-nos bastante amargurados quando percebemos que o Acrísio Sena não está só nessa empreitada de servir, e servir muito bem, a ordem socioeconômica vigente que responde pelo nome de capitalismo.

Daí, assistirmos a uma verdadeira promiscuidade, onde se juntam PT, PSB, PCdoB ao PMDB do Temer e ao PP do Paulo Maluf, para não citar, por falta de espaço, outros nomes da grande escória que se abrigam na sucessão de escândalos que se alastram pela “pátria amada e idolatrada”.

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