sexta-feira, 3 de agosto de 2012

UM SOCIALISMO MUITO ESTRANHO




       É intrigante, o fato de partidos ditos socialistas e comunistas não terem, em seu discurso a denúncia do capitalismo como causa das mazelas sociais. Como faz a burguesia, esses partidos, regra geral, dizem que o desemprego, os baixos salários, a violência, a prostituição e tantas outras mazelas sociais, podem ser resolvidas a partir de um bom gerenciamento, associado a uma prática política honesta.
     Esse é o discurso burguês. Ele nos diz que o capitalismo é bom, desde que bem gerenciado, e esse discurso é totalmente falso como temos demonstrado em outras ocasiões. A corrupção, por exemplo é inerente ao próprio sistema sócio-econômico baseado na gritante desigualdade social. Em um sistema dessa natureza, que se baseia na busca incessante de lucros para uns poucos, não importa que esses lucros impliquem, em escala mundial, na assombrosa cifra de dois bilhões de seres humanos vivendo na miséria absoluta.
     Pouco importa à burguesia, sedenta de lucros, que sejam devastadas as florestas, dizimada toda a fauna, mares, rios  e lagos sejam destruídos, num processo crescente de supressão da vida em seu sentido mais lato.
     Em função desses incontestáveis fatos, é que julgamos totalmente estranha, a posição dos que fazem as organizações ditas comunistas e socialistas, em sua maior parcela, de que se esquivando em fazer a denúncia direta e explícita do capitalismo e esclarecer o povo de que nenhuma das mazelas sociais, inclusive a destruição do planeta, poderá encontrar resposta satisfatória nas fronteiras desse sistema. A postura anticapitalista que devemos assumir, com toda força, não é um capricho, nem tampouco um sonho, uma utopia e sim, um imperativo histórico retratado no seguinte dilema: “ou a humanidade destrói o capitalismo ou o capitalismo destruirá a humanidade’’. Desse impasse não podemos fugir. Trata-se de uma sentença que corresponde a nossa verdadeira realidade histórica e desconhecê-la é um gesto suicida.

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