segunda-feira, 8 de abril de 2013

A velha e nova direita




         Caso tomemos o capitalismo como ponto de referência, e considerando serem os defensores desse sistema socioeconômico, pessoas politicamente de direita, enquanto os que a ele se opõem, como de esquerda, teremos uma forma mais rigorosa de usar os conceitos: esquerda e direita.
            Nas circunstâncias políticas atuais, há um empenho, por parte dos interessados, em defender uma falsa dicotomia, dizendo ser de direita os que postulam, no âmbito do capitalismo, o neoliberalismo como política econômica. Por sua vez, seriam de esquerda aqueles que se colocam como defensores do nacional-desenvolvimentismo, também nos limites do capitalismo.
            Vemos o inconteste fato de que as ambas correntes não ultrapassam as fronteiras da ordem socioeconômica vigente. Trata-se, pois, de correntes de direita, pois nenhuma delas duas, coloca-se como anticapitalista. A corrente nacional-desenvolvimentista, com algumas pinceladas de natureza nacionalista, se autodenomina, indevidamente, como de esquerda. Ora, se considerarmos a nossa referência como justa, teremos também, como de direita, os que pretendem, tão somente, um capitalismo de face humana e assim vamos concluir serem esses senhores, nacional-desenvolvimentistas, nada além de uma nova direita.
            É nosso dever, enquanto socialistas revolucionários, repudiarmos toda e qualquer distorção conceitual que nos leve a “comprar gato por lebre”. A História exige que nós sepultemos esse e tantos desvios conceituais. É preciso dizer e repetir até a exaustão, que um pretenso gradualismo não nos levará, jamais, a conquista da emancipação dos explorados e oprimidos, dos grilhões desse sistema cruel e predatório que se orienta, unicamente, pela perseguição desvairada do lucro para uns poucos.
            Faz-se necessário e urgente que nos ergamos em oposição aos descaminhos que tomaram os movimentos socialistas, regra geral, até se chegar ao ponto de assistirmos que seja praticado, em nome dele, as mais iníquas posições políticas, as mais cruéis deformações. Faz-se necessário, portanto, que retomemos os princípios fundamentais do socialismo científico e joguemos na lata do lixo da História as tagarelices reformistas e conciliadoras, sob o argumento de que o mundo mudou, sem considerar o caráter qualitativo, ou não, da mudança.

Um comentário:

  1. Acabei de me descobrir de direita, e até antes pensava o contrário. Creio que para um trabalhador não importe andar pela sombra ou pelo sol. O que importa é se sentir feliz. Assim não vejo qualquer obrigação de ser de esquerda. o trabalhador tem que se sentir contente, ainda que seja uma pessoa que não busque a felicidade em si. Pessoas há que se sentem bem infelizes. Não podemos obrigar a todos a serem felizes, ou alegres, ou ser de esquerda. A melhoria de vida da classe trabalhadora nos moldes capitalistas, se dá inicialmente pelo emprego e pela remuneração. No Brasil atual a remuneração do trabalhador é a maior da história. Por que razão haveria , este trabalhador de ficar triste?
    Fico triste eu quando vejo um golpe tramado pelos poderosos e apoiado pela mídia, vendo uma esquerda tão dividida, quanto inerte. Caso não seja mantida esta melhoria de vida do trabalhador brasileiro, quem ganhará com isso? quem se beneficiará com a perda de postos de trabalho? com a redução de salários? com a venda do patrimônio público?
    Creio que nesta hora todos devemos nos unir em torno das conquistas obtidas no governo Lula.
    Que importa se Lula é de direita ou de esquerda? Importa se a vida da população brasileira melhorou no seu governo, e com a atual direção da presidentA Dilma.
    Quais outras melhorias pleiteamos? Como atingí-las? São essas as propostas que quero ter o prazer de ler no blog.

    ResponderExcluir