quarta-feira, 24 de abril de 2013

Crise Maior




         Está muito evidente uma gritante contradição! Enquanto os centros vitais do capitalismo, representados pelos Estados Unidos / Canadá, Europa Ocidental e o Japão, experimentam profundas crises de ordem econômica e financeira, esse mesmo capitalismo desfruta de uma hegemonia, quase absoluta, do ponto de vista político.
            Em função das sucessivas crises experimentadas por esse exaurido sistema, nesses últimos tempos, proclama-se, com alguma propriedade, que ele se aproxima do fim. Preocupante é o fato de que a oposição que se apresenta como força capaz de atingir a liderança maior do capitalismo, no caso, os Estados Unidos, são os fascistas, agrupados no fundamentalismo islâmico, representados, principalmente pelo Talibã, Síria e Irã.
            Isso é deveras assustador! O racional é a proposição de substituir o capitalismo exaurido, por uma nova ordem econômica e social, condizente com os interesses gerais da humanidade. Ou melhor, substituir esse sistema por uma nova ordem socioeconômica, o socialismo, e nunca substituí-lo pelo fascismo que move o fundamentalismo islâmico. Esses fundamentalistas chegam a ser vistos, com bons olhos por uma certa esquerda mal informada e impotente. O triunfo do fascismo nos levaria àquilo que Karl Marx se referiu como o “apodrecimento da história”, e isso seria um imensurável desastre para a raça humana.
            Convém ressaltar que, se existe uma real crise do sistema vigente, existe também uma crise bem maior do movimento socialista. Isso, tanto na teoria, quanto nos seus encaminhamentos. A derrota da revolução socialista, em nível mundial, na década de vinte,  do século passado, trouxe como produto o stalinismo, e ele levou a cabo, com muito êxito,  a criminosa tarefa de capitanear o movimento socialista para sucessivas derrotas. Induziu uma massa imensa de pessoas a considerar que, ao invés de classe opressora e classe oprimida, deveria-se acreditar que existiam nações opressoras versus nações oprimidas como contradição maior da História.
             Através da funesta Academia de Ciências da URSS e de seus pervertidos manuais, construiu-se um profundo atraso, daquilo que seria um movimento socialista, um movimento anticapitalista. Dessa forma, vivemos hoje o momento mais terrível e mais profundo desse quadro de derrota, a tal nível que, podemos dizer, sem titubear, que a crise do socialismo é bem maior do que a crise que afeta o capitalismo, e isso é muito grave, gravíssimo mesmo, tendo em vista os interesses essenciais da humanidade.


Um comentário:

  1. Concordo. Há uma grande crise no pensar socialista. Temos por exemplo o Vereador João Alfredo, que defende a bandeira capitalista do crescimento zero da economia em função de proteger o meio ambiente. Crescer Zero ou não crescer é inclusive o desejo da ONU. Obviamente que isso para a Europa nada interfere no padrão de vida da população, mas Países dito emergentes e pobres também ficam impedidos de crescer e assimsua população vai continuar sem ter suas demandas por melhoria da qualidade de vida atendidas.
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    Ritmo de consumo na Ásia pode se tornar insustentável, diz ONU
    clipping

    A região da Ásia e Pacífico ultrapassou o resto do mundo no consumo de matérias-primas e irá continuar líder no setor, indica um relatório lançado nesta quarta-feira (24) pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma. Mas de acordo com a agência, o ritmo atual pode se tornar insustentável para o continente.

    O balanço do comércio na região mostra que o índice atual de exploração de recursos já não é suficiente para o ritmo de crescimento da economia e mudanças no estilo de vida da população.

    Combustíveis Fósseis – Entre 1970 e 2008, o consumo de minerais para construção, como areia, barro e granito, aumentou 13,4 vezes na Ásia e Pacífico. No mesmo período, o consumo de metais foi 8,6 vezes maior; o de combustíveis fósseis, 5,4 vezes e o da biomassa cresceu 2,7 vezes.

    O consumo doméstico de materiais aumentou de 6,2 bilhões de toneladas para 37,5 bilhões de toneladas nos últimos 40 anos. Em 2008, a China foi responsável por 60% desse consumo regional e a Índia, por 14%.

    O Pnuma destaca que o volume atual de consumo já está tendo um impacto negativo no meio ambiente. Segundo o relatório a intensidade de matérias-primas para a região é igual a três vezes o total do consumo do resto do mundo.

    Industrialização – Por conta da forte demanda doméstica, a China é tida como o principal importador de matéria-prima, em particular do petróleo. O relatório afirma que países populosos como China e Índia estão saindo da economia agrária em transição para a economia industrializada.

    A Ásia e Pacífico também está deixando de ser uma economia baseada em biomassas para ter como base os minérios. O aumento da população é tido como o fator menos importante para o crescimento das extrações ambientais.

    A Austrália é cada vez mais um país fornecedor de materiais de energia para a região. A Indonésia é tida como grande exportador de matérias-primas, em particular de combustíveis fósseis. O documento do Pnuma traz também dados do Japão, Malásia, Paquistão e outros países.

    A agência recomenda o estabelecimento de uma base de dados global com informações de todos as nações sobre o uso de matérias-primas e vigilância dos governos asiáticos em relação às políticas para o setor. (Fonte: Rádio ONU)

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