quarta-feira, 17 de julho de 2013

Rebaixamento



            Em nível nacional, o PT e o PCdoB promovem um alarmante rebaixamento da consciência política. Essas agremiações tentam nos impor um dilema: neoliberalismo versus nacional-desenvolvimentismo. Isso quando as coisas são colocadas num patamar mais elevado. Na prática, porém, o rebaixamento é muito maior e descamba para o fisiologismo em nome da governabilidade. Prova disso é a clara aliança que PT e PCdoB estabelecem com as figuras nefastas de Sarney, Calheiros, Maluf e outros do mesmo naipe.
            Na cidade de Fortaleza, Ceará, o rebaixamento se coloca na disputa entre a administração petista de Luizianne Lins e a atual administração do PSB, do prefeito Roberto Cláudio. A toda hora, os petistas levantam comparações com o objetivo de dizer que eles, nos seus oito anos de administração, souberam gerenciar a desigualdade em Fortaleza de forma mais competente. Além de duvidoso, esse argumento não deveria ser próprio de quem se reivindica “de esquerda”, mais ainda, de quem se reivindica da “Democracia Socialista”.
            Haveríamos de presumir que aos socialistas caberiam a tarefa de contribuir para a desconstrução do capitalismo e nunca se propor como eficaz gestor desse sistema. Em razão desses fatos é que temos denunciado, com a devida e necessária insistência, de que tanto o PT como o PCdoB, enquanto agremiações políticas, nada têm de esquerda, não passando de uma direita travestida, sôfregos em usufruir vantagens no aparelho do Estado burguês.
            O PT não representa os interesses históricos dos trabalhadores. No máximo, representaria os interesses trabalhistas. Ora, os interesses históricos dos trabalhadores estão para além do trabalhismo, pois a sua redenção só se dará através da superação do capitalismo por uma nova ordem econômica e social.
            Quanto ao PCdoB, que outrora foi um partido ideológico, mesmo social-patriota, converteu-se hoje em uma organização de feição claramente fisiológica. O fato de o PCdoB ter tido, na sua caminhada, os seus mártires, não pode servir de salvo conduto para a sua capitulação. O rebaixamento político é um fato evidente para quem tem olhos e ouvidos bem abertos. Em razão disso, necessária se faz a construção de uma outra esquerda, de conteúdo explicitamente anticapitalista e de praticas democráticas, incentivando o livre debate.

  

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