Em nível nacional,
o PT e o PCdoB promovem um alarmante rebaixamento da consciência política. Essas
agremiações tentam nos impor um dilema: neoliberalismo versus
nacional-desenvolvimentismo. Isso quando as coisas são colocadas num patamar
mais elevado. Na prática, porém, o rebaixamento é muito maior e descamba para o
fisiologismo em nome da governabilidade. Prova disso é a clara aliança que PT e
PCdoB estabelecem com as figuras nefastas de Sarney, Calheiros, Maluf e outros
do mesmo naipe.
Na
cidade de Fortaleza, Ceará, o rebaixamento se coloca na disputa entre a administração
petista de Luizianne Lins e a atual administração do PSB, do prefeito Roberto
Cláudio. A toda hora, os petistas levantam comparações com o objetivo de dizer
que eles, nos seus oito anos de administração, souberam gerenciar a
desigualdade em Fortaleza de forma mais competente. Além de duvidoso, esse
argumento não deveria ser próprio de quem se reivindica “de esquerda”, mais
ainda, de quem se reivindica da “Democracia Socialista”.
Haveríamos
de presumir que aos socialistas caberiam a tarefa de contribuir para a
desconstrução do capitalismo e nunca se propor como eficaz gestor desse sistema.
Em razão desses fatos é que temos denunciado, com a devida e necessária
insistência, de que tanto o PT como o PCdoB, enquanto agremiações políticas,
nada têm de esquerda, não passando de uma direita travestida, sôfregos em usufruir
vantagens no aparelho do Estado burguês.
O
PT não representa os interesses históricos dos trabalhadores. No máximo, representaria
os interesses trabalhistas. Ora, os interesses históricos dos trabalhadores
estão para além do trabalhismo, pois a sua redenção só se dará através da
superação do capitalismo por uma nova ordem econômica e social.
Quanto
ao PCdoB, que outrora foi um partido ideológico, mesmo social-patriota,
converteu-se hoje em uma organização de feição claramente fisiológica. O fato
de o PCdoB ter tido, na sua caminhada, os seus mártires, não pode servir de
salvo conduto para a sua capitulação. O rebaixamento político é um fato
evidente para quem tem olhos e ouvidos bem abertos. Em razão disso, necessária
se faz a construção de uma outra esquerda, de conteúdo explicitamente
anticapitalista e de praticas democráticas, incentivando o livre debate.
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