Os pacifistas
Não há, de nossa parte, intenção nenhuma
de promover uma apologia da violência. Precisamos, entretanto, fazer uma
reflexão séria quanto à paz. Mas, antes disso, falemos da violência. Na
sociedade dividida em classes e camadas sociais, existe a violência da opressão,
a violência a serviço da desigualdade e da injustiça. Esse fato torna legítimo
que exista a violência da libertação. Com todo respaldo moral, são justas as insurreições
progressistas e libertadoras.
Propormos a luta pela paz, sem
atentar para as verdadeiras causas da violência, é a mais pura fantasia.
Quantas e quantas jornadas pela paz, quantas e quantas revoadas de pombas
brancas, quantas e quantas orações e louvores foram praticados com objetivo de
suprimir a violência? Essas ações pacifistas são dotadas de ilusões e da mais
completa fantasia. Tudo isso descolado, inteiramente, da perversidade própria
da desigualdade social reinante.
Já houve quem nos chamasse a atenção
para o fato de que os pacifistas tendem a morrer sob o cutelo da violência. Recorramos
aos exemplos mais emblemáticos. Jesus, o pregoeiro da paz, foi alvo de tortura
e do assassinato impiedoso, através de sua crucificação. Gandhi, outro expoente
da pregação pacifista, também foi cruelmente assassinado. Luther King, o grande
líder do movimento negro, teve o mesmo destino. Jonh Lennon, com sua pacífica
guitarra, não escapou da violência. Enquanto isso, Alexandre, o Grande,
Napoleão e outros guerreiros, morreram no seu próprio leito.
Feitas essas colocações, que merecem
o nosso pensar, é oportuno dizer que não haveremos, jamais, de construir um
mundo de paz e de harmonia, caso continuemos alimentando ilusões e fantasias.
Precisamos ir ao cerne da questão. Mentiras e fantasias só servem para dar
sustentação à ordem socioeconômica vigente. Só a verdade poderá nos trazer a
libertação, por isso ela é tão perseguida, por isso ela tem pernas tão curtas,
enquanto a mentira tem pernas longas e robustas, bem ao contrário do que eles
dizem.
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