segunda-feira, 28 de julho de 2014

Pôr os pingos nos is



Pôr os pingos nos is

Há mais de um século se definiu, com precisão, o caráter do Estado como instrumento político de dominação de uma classe por outra. Apesar dessa definição ter sido exaustivamente demonstrada, pouquíssimos são os que têm o domínio correto dessa questão. Não bastasse a crença corrente de que o Estado é fruto de um pacto social e tem uma função reguladora diante dos conflitos sociais e políticos, para o cúmulo do absurdo os “marxistas-leninistas” inclinam-se a propagar o estatismo. Na estreita cabeça dessa gente existe uma dicotomia formada pelo que se diz público (Estado) e privado. 

Para esses senhores, a propriedade estatal é do povo e a propriedade privada é da burguesia. Essa sandice revela o nível de rebaixamento teórico que nos legou os longos anos de hegemonia stalinista, cujo papel mais perverso foi a completa descaracterização dos fundamentos do socialismo.

O Estado é de classe. O Estado é o poder polÍtico. No capitalismo, o Estado burguês exerce o domínio completo sobre o conjunto da sociedade, através de suas mais diversas instituições. 

Dentre essas instituições tem-se, como exemplo, o braço armado da burguesia formada pelas Forças Armadas e policiais. Tem, também, a instituição chamada escola. Essa instituição, assim como as demais, surgiu com o advento da sociedade dividida em classes e camadas sociais. A escola foi criada e existe para cumprir dois propósitos básicos: O primeiro, formar mão de obra qualificada para tocar a economia; o segundo objetivo, é consolidar os preceitos ideológicos e jurídicos necessários à sustentação do sistema socioeconômico, em causa.

Diante do colapso do fraudulento discurso dos dois mundos, o “marxismo-leninismo” da Academia de Ciências da URSS e suas escolas similares, cedeu lugar aos “marxistas legais”, presentes nas academias burguesas. 

Dizem os incautos e os de má fé que as academias estão em disputa. Isso é falso. As academias, no capitalismo, são instituições regidas pelo Estado burguês para servirem aos interesses do próprio sistema. Lá, é que a burguesia se abastece dos quadros que necessita para tocar os seus negócios. Lá, vicejam técnicos, cientistas e uma larga massa de medíocres e uma farta parcela de charlatães, especialmente nas áreas ditas ciências humanas. 

Em razão de tantas distorções e fraudes é que se torna necessário expurgar, radicalmente, esses desvios conceituais e pôr os necessários pingos nos is.

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