É muito comum ouvirmos das
pessoas: “não quero quebrar minha cabeça”. Quebrar a cabeça, significa pensar
e, realmente, o ato de pensar é doloroso e as pessoas tendem a não exercitar o
pensamento e assumir todo o pensar que está posto. Ora, a burguesia, classe
beneficiada com o sistema capitalista, é uma minoria. Para essa minoria dominar
a imensa maioria desfavorecida, nesse sistema sócio econômico, não bastaria
somente o uso do chicote; mais eficiente seria conseguir dominar a cabeça dos
explorados, oprimidos e humilhados.
Com o objetivo de proceder à
dominação das cabeças de nossa gente, a burguesia, fazendo uso de todos os seus
meios, planta o seu pensamento em nossas cabeças. Sem nos darmos conta,
assumimos todo um pensar que nos é imposto. É frequente ouvirmos alguém dizer
com todo orgulho: “a minha mãe me ensinou a não querer as coisas alheias”. Esse
pensamento é importantíssimo para a conservação dos interesses e dos
privilégios da burguesia e, assim, como esse caso dado como exemplo, existe um
número incalculável de outros raciocínios que servem para a manutenção desse
sistema de desigualdade e injustiça.
Esse conjunto de idéias,
chama-se ideologia e ele é plantado no seio da sociedade para garantir uma
pretensa perpetuação da desigualdade que, inadvertidamente, pensamos e defendemos
a posição de que ela é justa. Fica claro, portanto, que a ideologia burguesa é
muito mais eficiente no processo de dominação do que o chicote, a repressão. A
ideologia e a repressão são os dois instrumentos básicos para garantir a
chamada “ordem social” e assim, manter os explorados e oprimidos sujeitos à
dominação capitalista. Isso não interessa aos trabalhadores, às donas de casa, à
juventude. Para romper com esse quadro de dominação, é necessário que se busque
desconstruir a ideologia burguesa e o caminho para a tarefa de desconstrução do
pensar dominante é o exercício do nosso pensar.
Pensar dói, é um fato, mas
não há outra saída para nós, pois é melhor a dor do pensar que nos leve à
libertação, do que o consolo de uma falsa paz que nos leve ao conformismo e ao
consentimento da permanência de um sistema que produz tantas dores sociais.
Olá, mas o socialismo também tem suas falhas, como fazer daí?
ResponderExcluirEntendo sua sugestão, já que é coerente
ExcluirPorém:
Melhor um socialismo com falhas, do que a imperfeição do capitalismo.
Prefiro a pior democracia à melhor ditadura.
Este comentário foi removido pelo autor.
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