sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Falso binômio



Uma certa esquerda, francamente direitosa, ocupada em usufruir benesses no Estado burguês, em níveis, federal, estadual e municipal, empenha-se em nos colocar diante de falsos dilemas. Em nível nacional, eles colocam que existem dois projetos em disputa. Um, seria de direita, representado pelo PSDB, DEM e PPS que defende um modelo “neoliberal”, com o Plano Real e as políticas de Responsabilidade Fiscal, Câmbio Flutuante, Superávit Primário. O outro projeto, pretensamente de esquerda, giraria em torno do “nacional-desenvolvimentismo”, embora esse projeto de “esquerda” tenha mantido os princípios do “neoliberalismo” levado a cabo pelo governo do ex-presidente FHC.
Outro aspecto, deveras imoral, é pretender que o projeto nacional-desenvolvimentista encampado pela esquerda, formada umbilicalmente pelo PT e o PCdoB, conta com íntimos aliados como José Sarney, Jader Barbalho, Romero Jucá, Renan Calheiros, Michel Temer, Paulo Maluf, Fernando Collor e outros próceres do fisiologismo.
Fica evidente, que o falso binômio PT versus PSDB e seus respectivos aliados, não passa de uma manobra para esconder o caráter conservador e enganoso dessa disputa. Para nós, socialista revolucionários, não nos interessa esse binômio, tanto por seu conteúdo cinicamente fraudulento, quanto estritamente conservador, pois em nenhum momento, essa contenda coloca em discussão os interesses de classes e camadas sociais distintas.
Assim sendo, cabe-nos repudiar essa manobra, esse dualismo, que se estende por Estados e municípios, criando polarizações que se circunscrevem ao âmbito dos interesses de grupos e partidos comprometidos com a ordem sócioeconômica vigente. O nosso projeto é outro, muito distante de interesses menores que inspiram essa contenda, falsamente colocada, entre um presumido projeto neoliberal e um outro nacional-desenvolvimentista.

Caminhamos por outras trilhas, marchamos por outros caminhos, cujo foco é a luta permanente e intransigente contra a ordem vigente. Não nos cabe, portanto, enfileirarmo-nos a esse ou aquele presumido projeto no âmbito dessa ordem exaurida e perversa que, em busca do lucro para uns poucos, não tem o menor pejo em destruir, sistematicamente, a natureza e submeter a humanidade as mais impiedosas crueldades.

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