Na
verdade, na vigência do stalinismo em sua fase mais cruel, havia muitas
histórias que eram sussurradas nos meios políticos e até nos recônditos dos
lares. Dentre elas, queremos fazer alusão a uma. Dizia-se que, Krupskaia,
companheira de Lênin, tornou-se muito incomodada com as atitudes de Joseph
Stálin e das posições por ele levantadas, em nome do próprio Lênin, já falecido.
Diante das atitudes de Krupskaia, conta-se que Stálin, na sua rudeza,
dirigiu-se a ela dizendo: “Não pense que
você por usar a mesma bacia sanitária de Lênin, tem poderes maiores que os
nossos. Caso você insista em sua conduta, vai aparecer uma amante de Vladimir.” A essa colocação retrucou Krupskaia:
“Lênin nunca teve amante, então, isso não
pode...” A essa objeção Joseph
Stálin teria dito: “Pode sim, pois o partido pode tudo.”
Essa imagem de
partido todo poderoso e infalível, tornou-se, com a Terceira Internacional Comunista,
uma marca universal. Perdeu-se o conceito marxista de partido, enquanto instrumento
da proposta socialista, para alçá-lo à condição de autoridade suprema. Ora, supremo
deve ser o projeto, a proposta, e nunca o instrumento.
Essa
inversão de valores da qual não escapou o sr. Leon Trotski, causou e tem
causado insanáveis distorções. O velho partido comunista, criado sob a
inspiração da Revolução Russa, tomou outros rumos, descaracterizou-se, na
medida em que deixou de ser instrumento da revolução socialista para se
converter em instrumento a serviço da burocracia soviética.
A
postulação socialista, calcada na luta de classes, foi substituída por uma
presumida contradição: nações opressoras versus nações oprimidas. Dessa forma,
a Terceira Internacional tornou-se social patriota, e o partido comunista e
seus assemelhados, enveredaram pela capitulação ideológica. Diante disso, uma
grande massa de seguidores acríticos do partido, julgando-o infalível,
acompanhou essa distorção, e daí passamos a colecionar sucessivas derrotas que
explicam o fato, de hoje, o capitalismo imperialista exaurido, gozar de ampla
hegemonia política. Daí, ser de bom grado, repudiar a idéia do partido
infalível e vê-lo apenas como instrumento subalterno que pode e deve ser
descartado quando não se prestar aos fins almejados.
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