segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Imprensa Proletária



            Alguns “marxistas-leninistas” não se cansam em denunciar a imprensa burguesa. Ora, essa denúncia devia estar ligada a existência de uma imprensa proletária, a serviço dos interesses históricos dessa classe. O que observamos, porém, é o fato de não existir essa imprensa.
            Houve uma imprensa proletária no final do séc. XIX e começo do séc. XX  feita e dirigida pelos anarquistas e, num curto período, pelos comunistas. Entretanto, após o VI Congresso da Terceira Internacional, em 1928, o PC do Brasil reformulou sua política, abandonando o socialismo, para empunhar a bandeira do nacional-reformismo. Nesse momento foi selada a sorte da imprensa proletária, e se muito ruim foi a nova política do PCdoB, o processo de empobrecimento e degradação só veio aumentar, desde 1928 para cá.
            Pretender que os sindicatos fazem uma imprensa proletária é um absurdo. A mídia sindical transita nos limites do trabalhismo, quando não é governista. Restaria recorrer à imprensa dos partidos e movimentos “marxistas-leninistas”. Aí, para nosso pesar, registra-se a capitulação política e a difusão de mitos, lendas e mentiras, numa clara negação do que poderia ser uma imprensa a serviço dos interesses históricos dos trabalhadores.
            O nacionalismo, o reformismo são as marcas presentes na imprensa dos “marxistas-leninistas”. Nos “marxistas-leninistas-trotskistas”, encontramos a negação do livre debate. Partidos e movimentos trotskistas, se esmeram por ser fiéis às resoluções do X Congresso do PC Russo, de 1921 e, dessa forma, praticam o ultracentralismo, o monolitismo, o conceito de “povo eleito de Deus”, quando os infiéis devem ser excluídos. Ao invés de uma imprensa capaz de servir aos interesses do proletariado, o que se observa nessas publicações, é a negação de uma postura democrática e revolucionária.

            Dessa forma, reafirmamos não existir nenhuma imprensa proletária. É indiscutível a necessidade de criá-la e o princípio maior de uma imprensa dessa natureza é o livre debate, pois só através dele, poderemos recompor os princípios do socialismo, distorcidos por obra do stalinismo, nas suas mais diversas feições.

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