Social Democracia
A maior herança imaterial
deixada pela revolução burguesa foi, sem dúvida, a democracia política. A
burguesia procedeu de forma radicalmente democrática, não por generosidade ou
por esperteza. Ela necessitava promover a ruptura total com as amarras do
feudalismo. Precisava realizar a mais ampla liberdade, fosse de natureza
econômica, fosse de natureza política.
Esse caráter democrático da
proposta burguesa, já era exposto pelos enciclopedistas, ou seja, pelos
teóricos que precederam a Revolução Francesa, destacando-se as figuras de Voltaire, Rousseau, Montesquieu,
Diderot e D’Alembert.
A democracia política, como
produto do desenvolvimento histórico da sociedade, foi assumida pelos
socialistas marxistas como uma grande conquista. Os socialistas marxistas,
porém, acrescentavam que a democracia política não era o suficiente para os
anseios libertários da humanidade. Reivindicavam, portanto, a democracia social,
o que quer dizer, socialdemocracia.
Sociais democratas foram:
Engels, Rosa Luxemburgo, Kautsky, Franz Mehring, Plekanov, Lenin, Trotsky,
Martov e alguns outros. Entretanto, quando a Segunda Internacional Socialista
capitulou e se converteu ao social patriotismo, a palavra socialdemocrata ficou
enxovalhada. Em decorrência disso, abandonou-se a expressão socialdemocrata, então
prostituída, passando a usar-se a expressão: comunista.
Mas, com a vitória da
contrarrevolução e o advento do stalinismo, a palavra comunista tornou-se,
também, imprópria, pois, em nome dela, foi praticado o mais ferrenho antissocialismo.
Veja-se que, no transcurso dos acontecimentos, as denominações socialistas,
socialdemocratas e comunistas tornaram-se expressões completamente degradadas.
Sob a denominação de
comunismo deu-se um grande passo atrás, pois foi revogada a democracia política
e instalado o totalitarismo de caráter fascista para viabilizar as tarefas de
construção do capitalismo de Estado.
Rosa Luxemburgo dizia que podia haver
liberdade política sem socialismo, entretanto, não poderia haver socialismo sem
liberdade política. O que ocorreu na URSS, na China, nos “países socialistas” do
leste europeu e em outros lugares, como Cuba e Coreia do Norte, foi a supressão
absoluta da democracia política e isso significou e significa um retrocesso na
caminhada da humanidade em busca de sua emancipação dos grilhões da
desigualdade social.
Esses fatos, essa trajetória
histórica, necessitam ser vistos com toda profundidade para que nos libertemos
da grande confusão teórica que foi imposta pela direita explícita e pela
direita travestida de esquerda, sob o manto do “marxismo-leninismo” e do
“marxismo-leninismo-trotskismo”. Eis uma questão que deve ser encarada com a
necessária coragem, possibilitando assim, que possamos romper o cerco de aço e
ferro que nos impediu e impede de ver, com a devida clareza, a verdade histórica.
Em função dessa ausência de clareza, floresceram os mitos, as mentiras, as lendas
e toda uma profusão de inverdades que nos cegaram e cegam, politicamente, impondo
um sério nível de estreiteza, de rebaixamento no trato das questões políticas que
se apresentam diante de nós.
Eis o grande desafio de
hoje: Ou romperemos com esse círculo de ferro e aço, ou estaremos fadados a
testemunhar a falência da raça humana. Esse imperativo histórico nos leva à
necessidade urgente de construir uma outra
esquerda que já não pode ser
denominada socialista, socialdemocrata ou comunista, dado o grande grau de
prostituição a que chegaram essas expressões. Em função disso nos propomos expartaquistas,
inspirados em Rosa Luxemburgo, embora reconheçamos que essa denominação não
traduz, com eficácia, uma proposta de uma nova ordem econômica e social, pois
prende-se, apenas, a um posicionamento político.
Gilvan, sempre digo que você e seu heterônimo Ivanildo Cavalcante são social-democratas envergonhados. Esta vergonha o levou a um salto mortal hermenêutico. Reconheço seu esforço em criar uma teoria para chamar de sua, mas é importante respeitar o sentido das palavras e dos conceitos. Acredito que esta questão está muito bem esclarecida no artigo abaixo: ESQUERDA x DIREITA: A TEORIA DAS GAVETAS OU COMO NÃO CHAMAR URUBU DE “MEU LÔRO”.
ResponderExcluirhttp://questoesrelevantes.wordpress.com/2013/12/12/esquerda-x-direita-a-teoria-das-gavetas-ou-como-nao-chamar-urubu-de-meu-loro/
Gilvan, reconheço sua história e sua tentativa de teorizar, mas o fato é que Kruschev mentiu! Um novo paradigma terá que ser escrito: Kruschev mentiu, Stálin era um democrata, Trotsky colaborou com os nazis e japoneses! Leia o professor Grover Furr!!!
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