segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Olho nesse jogo



Olho nesse jogo

        Indiscutivelmente, o futebol é um esporte de muita magia. No Brasil, e não só, assistimos legiões de torcedores acompanharem com muita paixão inúmeros lances das diversas partidas de futebol. Essa paixão não só se manifesta nos estádios. Assistimos a debates acalorados, sejam nos bares, no trabalho, nas escolas e, até mesmo no seio de nossas famílias, onde não é difícil encontrar irmãos e pais divididos entre diferentes preferências, quanto aos diversos clubes esportivos em ação. 
        Essa paixão é legítima e deve ser aceita como uma manifestação sadia, desde que não se desvie para o fanatismo irracional que possa promover danos, tanto de natureza materiais como imateriais.
        A importância do futebol é tamanha que, a chamada grande mídia, eletrônica e escrita, reserva grandes espaços para que se veiculem informações, opiniões e debates em torno dessa modalidade de esporte, como não se vê em outras tantas modalidades. Por seu turno, essa atividade esportiva carreia montantes astronômicos de recursos e é penoso reconhecer que algumas, ou muitas vezes, esse esporte é usado para que as pessoas não se dêem conta de que se processa um jogo de muito maior consequência para as nossas vidas.
        Estamos querendo dizer que se dá, simuladamente, uma disputa entre dois times. O primeiro deles é o time dos capitalistas, dos que detêm o capital e, usufruindo da posse das terras, das fábricas, das minas e dos Bancos, dos meios de distribuição das riquezas, usufruem de todas as vantagens e privilégios. O outro time é o dos trabalhadores que, desprovidos da posse dos meios de produção de riquezas, detêm tão somente seus braços, sua força de trabalho, para vendê-la, a troco de salário, aos capitalistas.
        Nesse infame jogo do dia a dia, por anos e anos, a equipe dos capitalistas, apesar de extremamente minoritária, tem logrado vencer de goleada, enquanto a equipe dos trabalhadores, apesar de seu tamanho grandioso, só tem a contabilizar perdas e sacrifícios. Precisamos, portanto, virar esse jogo e, o primeiro passo, é abrirmos os olhos e promover boas jogadas.

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