segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"Ordem e Progresso"




“Ordem e Progresso”

            A divisa da bandeira nacional, “Ordem e Progresso”, seria honesta caso se dissesse: ordem e progresso capitalistas. Mas, essa verdade, apesar de justa, não conviria à burguesia. É oportuno dizer que a ordem capitalista se mantém em função da cultura da desigualdade, apoiada em múltiplas mentiras, lendas e fantasias. É essa cultura que dá sustentação à ordem econômica e social vigente. Ela nos é imposta, anos a fio, pelos aparelhos ideológicos que a burguesia manipula. Quem primeiro planta a ideologia burguesa em nossas cabeças é a nossa família. Ela não cumpre esse papel de forma consciente, apenas reproduz tudo aquilo que já lhe foi colocado. Além da família, como aparelho de reprodução da ideologia das classes dominantes, temos outros, bastante eficazes, como são a escola e as igrejas.
            Família, escola e igreja são instrumentos que constroem em nossas mentes todo um pensar que dá segurança ao capitalismo, garantindo a sua sobrevivência. Não se reduz, porém, a esses instrumentos a responsabilidade única pela formação do nosso pensar. Ao lado da família, escola e igrejas, temos a grande mídia, plantando conceitos e preconceitos, que convergem para um objetivo único: garantir a manutenção da “ordem”, apesar do claro processo de crises que ela atravessa.
            Quem deveria demover o povo dessas inverdades, denunciar as mentiras, seriam os partidos que se reivindicam de esquerda. Porém, constatamos que, há muito, tais partidos e movimentos, abandonaram o preceito de que a sociedade capitalista tem consigo a existência, fundamental, de duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores, e que a contradição fundamental é o antagonismo dessas classes. Ao invés disso, elegeu-se o dogma de que a luta se dá entre nações opressoras e nações oprimidas. Essa formulação se prestou a colocar fora de pauta a busca do socialismo e eleger, nos países retardatários, como o Brasil, a bandeira da soberania nacional como a causa primeira dos nossos embates por uma nova realidade, que possa nos oferecer justiça e paz.

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