Furiosos e Fascistas
Infelizmente, pouca gente, mesmo
bastante letrada, é capaz de compreender, em toda sua plenitude, o que é o
fascismo. As liberdades democráticas foram uma conquista histórica da
humanidade, como temos, insistentemente, lembrado. As revoluções burguesas
tinham a imperiosa necessidade de estabelecer as liberdades, fossem elas
econômicas ou políticas, e isso implicou num extraordinário avanço.
O
fascismo é justamente a revogação dessas conquistas. O fascismo é, em qualquer
circunstância, de caráter contrarrevolucionário. Para infelicidade da
humanidade, a revogação das liberdades democráticas e o estabelecimento do
discurso único, da imprensa única, do partido único, deu-se exatamente na URSS
que, derrotada a revolução socialista em escala mundial, outro caminho não teve
senão a construção do capitalismo de Estado e, para a consecução dessa tarefa,
fazia-se necessário o Estado totalitário, o fascismo.
Apoiada
no prestígio da primeira revolução proletária vitoriosa, de vida efêmera, a
contrarrevolução instituiu o Estado fascista, que grandes serviços prestou e
presta à manutenção do capitalismo. Essa prática fascista suprime o livre
debate e, quando alguém emite opiniões diferentes, é tratado não como um
dissidente, mas como inimigo que deve ser denunciado, perseguido, caluniado,
preso e, até, executado.
Recentemente,
escrevemos um artigo sob o título “Respondam-me”, onde emitia o nosso
pensamento em relação às condições de sujeição que vive a mulher nesses últimos
doze mil anos de história. Ao invés de responderem sem os resmungos, sem as
ofensas, sem os queixumes, o que se viu foi a velha prática da fúria fascista,
cujo DNA é a completa intolerância e, em cima dela, a proposta de punições das
mais variadas, chegando-se ao cúmulo de se propor a expulsão daquele que expôs
um pensar diferente aos manuais fascistas.
O
livre debate é a essência da vida política, particularmente a essência do
socialismo. Esse livre debate, ontem e hoje, com a vitória da contrarrevolução,
foi revogado, e se impôs a intolerância, o desrespeito e, quando possível, o
aniquilamento do dissidente como ocorreu e ocorre, e isso só se presta à
manutenção do capitalismo.
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