segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Governar para todos?

Governar para todos?

Estamos em campanha eleitoral, destacando-se a escolha da presidência. Não há discussão política. Predominam as denúncias em torno da corrupção e ela é debitada aos políticos profissionais que se prestam a fazer os serviços sujos, enquanto banqueiros, agropecuaristas, industriais, mineradores, enfim, a classe burguesa, enche seus bolsos. A população desinformada, ao invés de dirigir as suas insatisfações contra o capitalismo, que é o responsável pelas desgraças sociais, volta toda a sua indignação para os agentes da burguesia, os políticos profissionais a seu serviço. 

Dentre os trinta partidos existentes no Brasil, deles se dizem trabalhistas, socialistas, e até comunistas. Porém, vergonhosamente, esses partidos contribuem para manter o povo na ignorância política.

Dentre os candidatos à Presidência da República está a candidatura do PSOL, Luciana Genro, dizendo que “não governará para todos”. Ora, em uma sociedade dividida em classes e camadas sociais, é impossível governar que não seja para uma só classe, a classe que tem o poder, que tem o Estado. 

É uma lição primária saber que Governo e Poder são duas coisas distintas. Governos são eventuais e subalternos ao poder de Estado, com todo seu aparato, inclusive seu braço armado pronto para intervir em defesa da “ordem” burguesa. 

Desta maneira, no capitalismo, todo e qualquer governo tem a missão de servir aos interesses da burguesia. Quando ocorrem conflitos entre Governo e poder, o Governo é afastado, é deposto em nome da “ordem”. 

A história está repleta de testemunhos desses fatos, inclusive Jango, no Brasil; Allende, no Chile; Sukarno, na Indonésia. Isto para citar apenas uns poucos. 

Essa pobre esquerda “marxista-leninista” não sabe a mais primária lição. Não sabe que governar não é um ato de vontade e, sim, um ato de poder. Tomemos um exemplo: O pai tem vontade de colocar seu filho numa excelente escola, mas ocorre que ele não pode. Veja-se, então, a diferença entre querer e poder. 

A candidata a presidente, Luciana Genro, diz que vai governar para o povo. Como poderia isso acontecer, se o governo no capitalismo está a serviço de uma única classe, a burguesia? 

O PSOL, pretensamente socialista, precisa afinar o discurso e evitar afirmações incorretas. Sua missão é levar adiante a educação política que liberte o povo de qualquer tipo de ilusão.



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