“Brasil - um país de todos”
Estávamos diante da
televisão quando se repetiu, pela milésima vez, o slogan do governo Lula: “Brasil
um país de todos”. A compositora e sambista Adelitta Monteiro não conseguiu
conter a sua indignação. Disse ela na ocasião: “é muito descaramento, é muito cinismo
dizer que o Brasil é de todos. Ora, de quem são as terras do Brasil? De quem
são os bancos endinheirados? De quem é o agronegócio? De quem é o grande comércio?
De quem são as minas e os minérios senão da burguesia fartamente enriquecida? Para
a grande maioria, mais das vezes, não resta nada além de uns palmos de terra
que um dia lhe servirão de removível sepultura e ainda têm a desfarçatez de
proclamar que esse Brasil, cantado em prosa e versos, nos pertence.”
Isso é fazer a massa de
trabalhadores, estudantes e donas de casa de idiota. Isso mesmo. Desde cedo a velha
burguesia, usando os mais diversos instrumentos, trata de nos transformar em idiotas
políticos para assim poder perpetuar seus privilégios.
Sendo assim, cabe-nos um
só caminho: desfazermo-nos das ilusões, das mentiras tão bem plantadas em
nossas cabeças. Temos que abrir os olhos, e nos tornar gente consciente e, isso significa enxergar que esse imenso Brasil,
“a pátria amada”, tem seus donos e que não passamos de despossuídos. É bem verdade
que alguns milhões de deserdados recebem migalhas através de campanhas
compensatórias - tipo “Bolsa Família”, que serve muito bem para evitar tensões
sociais e comprar o apoio dos desvalidos.
Não tínhamos como
discordar da nossa querida compositora e sambista cuja indignação motivava-a
compor mais uma de suas peças de samba que havemos de vê-la cantar para
afugentar a desinformação e o deboche que eles não têm nenhum pejo em exercitar. Somente
e tão somente, quando o povo trabalhador, o letrado ou iletrado, quebrar as amarras
da alienação e se transformar em uma massa de gente consciente é que podemos dar uma virada histórica e
proclamar: “Brasil, um país de quem trabalha” inserido num mundo de iguais, de
justiça e paz.
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