segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Considerações sobre o imperialismo



Considerações sobre o imperialismo
                       
             Lemos, atentamente, o formidável trabalho sobre a Venezuela subscrito pelos camaradas Gílber e Mauro. Necessário se faz procedermos a algumas observações. Uma das piores heranças deixadas pela cultura stalinista prende-se ao trato do imperialismo. Toda cultura legada por essa corrente política, nesses últimos noventa anos, tem levado à redução criminosa do conceito de imperialismo, atribuindo-o unicamente aos EUA.

Essa formulação, completamente equivocada, leva a duas severas distorções. A primeira delas é deixar de enxergar que, na fase imperialista do capitalismo, o centro do poder está sob o controle das corporações, presentes em todo o globo terrestre. O fato dessas corporações terem, eventualmente, matrizes na Alemanha, na França, na Inglaterra, na Itália, na Bélgica, no Canadá, no Japão..., faz com que se imagine ser o imperialismo um fenômeno nacional,  e isso é um absurdo. Do ponto de vista, estritamente político, os EUA jogam o papel de gendarme do capitalismo, assim como os ingleses jogaram esse papel até o início da Segunda Grande Guerra. Mas, o prejuízo maior, trazido pelo stalinismo é o antiamericanismo. Ao invés de se dizer que o inimigo da humanidade é o capitalismo, levanta-se o equivocado discurso de que todo mal social advém de uma única fonte, o imperialismo ianque.

Partindo dessa falsa premissa, tudo o que for antiamericano deverá ser louvado, esquecendo que o fundamentalismo islâmico, representado pelo Irã, Síria, Talibã, e outras correntes similares, são expressão do fascismo e, entre uma pugna das forças democráticas imperialistas e o fascismo, não é correto nos colocarmos ao lado do fascismo. Isso ficou bem claro durante a contenda entre a democracia burguesa dos “aliados” na Segunda Guerra contra o nazi-fascismo.

Por sua vez, o antiamericanismo produz, em escala mundial, o nacionalismo como instrumento de oposição ao imperialismo e isso é um crasso erro. Ao imperialismo devemos opor somente, e tão somente, a revolução socialista. Esses fatos devem estar bem claros para nós, para evitar que achemos ser uma corrente a ou b, progressista, pelo simples fato de ostentar um antiamericanismo, como fazia o coronel Chávez, inclusive usando de gracejos do tipo de denunciar cheiro de enxofre dado à presença de George Bush.

Nenhum comentário:

Postar um comentário