quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Cultura stalinista

Cultura stalinista
                                                                                                                           Gilvan Rocha (*)
                                                                                                                                              
Com a derrota da revolução socialista, em escala mundial, na década de vinte do século passado, surgiu um fenômeno político que recebeu o nome de stalinismo. É necessário deixar claro que esse fenômeno não foi criação de psicopatas, figuras diabólicas. Isso não! Ele foi produto de uma situação histórica, sem que se possa negar o papel de bandidos, traidores, traídos, heróis e mártires nesses processos.
O advento do stalinismo gerou situações absurdas. A primeira e a mais grave delas foi a de quer, derrotada a proposta socialista, colocou-se em seu lugar, a construção do capitalismo de Estado. Essa construção do capitalismo teve um custo social extremamente alto, e tudo foi feito sob os carimbos do socialismo e do comunismo.
Atropelando os princípios mais primários do marxismo, foi formulada a tese da “construção do socialismo em um só país”. Promulgada essa “sentença”, a URSS autoproclamou-se “pátria mãe do socialismo” e, concomitantemente, revogou todos os princípios da democracia política, legados pela revolução democrática burguesa. Estabeleceu o mais completo totalitarismo e passou a considerar todo e qualquer dissidente como “inimigo do povo”, “sabotadores”, “divisionistas”, “agentes do imperialismo” e outras acusações do gênero. Os dissidentes, enquadrados nessas acusações, de forma unilateral e arbitrária, eram perseguidos, presos, torturados e, muitas vezes, executados.
O Partido Comunista  russo autoproclamou-se “o povo eleito de Deus” e, todo aquele que não rezasse em sua cartilha, deveria ser jogado no “fogo do inferno”. Tudo se tornava justo em nome da “causa” da qual eles, os stalinistas eram, e ainda são, os mais fiéis representantes.
Esse quadro político permitiu que se criasse uma prática baseada nos mais torpes métodos. No começo, foram os famosos processos de Moscou e, depois, essa prática se espalhou mundo afora. Mentindo, caluniando, desqualificando e, sobretudo, conspirando em torno de projetos no sentido de conquistar eventuais aparelhos, sejam eles partidários, sindicais, institucionais, stalinismo institui a pratica da  má conduta

A lealdade e a retidão passaram a ser coisas da “moral pequena burguesa” e, assim, implantou-se um fazer  que revelava e revela a degeneração do proceder político, comportamentos próprios da contrarrevolução, cujo um dos pilares é o stalinismo nas suas mais diversas roupagens, inclusive o stalinismo-trotskismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário